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9 de out. de 2009

Nasce uma igreja


A outra

As querelas e artimanhas, os jogos de interesse e os assassinatos envolvidos na criação da Igreja Anglicana já foram tema de alguns filmes, como o excelente ”O homem que não vendeu sua alma” (vencedor de 6 Oscars em 1966, disponível nas lojas e locadoras). Este ano, estreou no Brasil ”Elizabeth – A Era de Ouro”, em que um dos assuntos é a sucessão de Henrique VIII – uma disputa entre sua filha, a protestante Elizabeth I, e a católica Mary Tudor. Agora, quem tiver interesse em conhecer mais sobre esse período conturbado da história da Inglaterra e da Igreja pode assistir a ”A outra”.
Bem, vamos pôr o caráter pedagógico do filme entre aspas. Na verdade, a preocupação aqui foi muito mais em mostrar o lado obscuro e intriguento da trama do que o histórico. Bem, é cinema hollywoodiano, afinal, e os realizadores se preocuparam em acrescentar uma boa dose de sexo, adultério e situações de alcova. Ah, sim, há duas decapitações. Em meio a isso tudo, ganha destaque a fotografia do filme: é belíssima, favorecida pelas locações escolhidas a dedo: o mar, castelos…bem, aí fica fácil.
O filme, que se passa no século 16, mostra a luta pelo posto de esposa de Henrique VIII entre as irmãs Maria (Scarlett Johansson) e a futura mãe de Elizabeth I, Ana Bolena (Natalie Portman). Apesar de ser uma adaptação romanceada da história, o longa-metragem pode ajudar quem não entende direito como nasceu a Igreja Anglicana a compreender o surgimento da denominação oficial da Inglaterra. A sinopse é simples: na Inglaterra da época pós-Reforma, as irmãs Maria (Scarlett Johansson) e Ana (Natalie Portman) lutam ferozmente pelo posto de esposa do rei Henrique VIII (Eric Bana).
Em termos de profundidade e emoção, prefira a peça ”Henrique VIII”, de William Shakespeare. Não é por menos que para este longa-metragem foram escaladas duas ninfetas hollywoodiana, Portman e Johansson. Se o elenco trouxesse duas desconhecidas, o brilho da produção seria bem menos intenso. Coisas do cinema. Mas a celebridade das protagonistas não desmerece sua atuação, especialmente a da sempre competente Portman, embora as cenas mais emotivas descambem com uma incômoda freqüência para a pieguice.
No geral, ”A outra” é um filme que merece ser visto. Não será uma experiência sem par, mas certamente vai iluminar o entendimento de quem não conhece nada sobre o nascimento da Igreja Anglicana. Mas quer saber? Se você quer ir fundo nessa história, nenhum filme substitui um bom livro.

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